quinta-feira, 11 de agosto de 2011

SENTIR, CONHECER & RESPONSABILIDADE

Conhecer, dissemos anteriormente, significa um indicador cognitivo e não uma certeza sobre algo. Agora vamos aprofundar e estreitar a relação entre as noções de conhecer e sentir, no primeiro momento e no segundo, correlacionar com a noção de responsabilidade.

Etimologicamente sentir vem do latim sentire, que significa, senda, atalho, caminho. Mas também tem a ver com as sensações dos sentidos. Os sentidos são o OUVIR, o TATEAR, o OLFATAR, o DEGUSTAR e o VER o mundo que nos rodeia. Que mundo?

O mundo que nos possibilita viver a vida como seres humanos. Estamos dentro de um universo cosmológico. Percebemos o mundo pelos sentidos estando dentro dele. Isso é óbvio. É tão óbvio que não somos conscientes dos sentidos no processo de conhecer o mundo visível e invisível em que vivemos.
No processo de sentir atuam os sentidos e no processo do conhecer atuam a razão, o intelecto.

A razão é um cálculo lógico. Quando digo 2 + 2 = 4, por exemplo, estou executando um procedimento lógico. Nesse momento, os sentidos são secundários, pois no processo de gerar conhecimento prevalece a razão.

Mas o sentir é fundamental no processo de conhecer. Sinta este outro exemplo.

Quando Galileu construiu sua luneta em 1610, ampliou nosso ver. Nesse período, no surgir do conhecimento moderno, a tecnologia foi importante no processo de sentir-conhecer. Até então se conhecia a olho-nu 5 planetas, e a Lua era vista como perfeita, assim como nós a vemos ainda hoje. Galileu então direcionou sua luneta (hoje há binóculos muito mais potentes) para a Lua, e se surpreendeu com o que viu. Crateras! A Lua não era perfeita assim como Aristóteles (filosofo grego do século IV a.C.) tinha afirmado no seu tempo – que o mundo acima da Lua era perfeito, por isso girava em torno da Terra.

Outras observações de Galileu como as manchas no Sol e as 4 luas do planeta Júpiter fizeram desmoronar a crença no sistema geocêntrico, que dizia que a Terra era o centro do universo.

A continuação dessa história nós já sabemos. O sistema heliocêntrico proposto por Copérnico, e defendido por Galileu, prevaleceu, a astronomia de Kepler e, posteriormente, as leis de Newton, consolidaram uma nova imagem de sentir-conhecer o mundo Terra-Céu.

Resumindo o processo de conhecer. O sentir (S) gera o conhecer (C). O sentir se amplia com a tecnologia (T). Ampliando-se gera-se novo conhecer. Então fica assim a podemos formular: S gera C que gera T que amplia S1 que gera C1 que gera T1 que amplia S2 que gera C2 que gera T2, etc. e tal.
Cada nova tecnologia amplia e aprofunda o sentir dos sentidos.

Mas o que isso tem a ver com a responsabilidade?

Tudo a ver porque estamos vivendo um período de mudança. E nossa proposta é a MUDANÇA DA CAPITAL como solução aos problemas que vivemos no Pará, como a ausência de integração e o desenvolvimento e o inchaço de Belém.

Portanto, toda decisão individual deve ser consciente em prol da coletividade, do povo do Pará, e não de interesses politiqueiros que querem se aproveitar da oportunidade e levar vantagem econômica da riqueza natural, em detrimento da cultura e da história do povo local.

Não podemos permitir que isso aconteça. Devemos com responsabilidade manifestar nossos desejos através do Sentir-Conhecer que fez deste imenso “rio-mar” um Pará* diferente, imanente, rico, alegre, hospitaleiro, reflexivo, digno da estrela do Norte de nosso Brasil.

*A origem da palavra PARÁ decorre do termo “pa'ra” que significa rio-mar na língua indígena tupi-guarani. Os indígenas chamavam a região de Pará porque o braço direito do rio Amazonas ao se juntar ao rio Tocantins, em solo paraense, se alarga muito que não se pode ver a outra margem, mais parecendo um mar, um RIO-MAR.

Aluizio Roberto (aluizioroberto.pa@gmail.com

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